Ação promovida pela Coetrae/CE contou com a participação de cerca de 80 profissionais
No dia 8 de novembro, o Instituto Ação Integrada (INAI) esteve no estado do Ceará para oferecer a Oficina de Apoio ao Programa Ação Integrada Ceará - Estratégias para a Formação de Resgatados e Vulneráveis ao Trabalho. A ação, promovida pela Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo no Ceará (Coetrae/CE), aconteceu no auditório da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) do estado.
A oficina contou com grande adesão, tendo a participação de cerca de 80 profissionais de 69 municípios do estado, em sua maioria, gestores e técnicos da área do trabalho e da assistência social. As discussões abordaram o aprimoramento da escuta dos trabalhadores, reflexão sobre estratégias para a formação profissional e cidadã de resgatados e vulneráveis ao trabalho escravo e as possibilidades locais de articulação com os setores público e privado para realizar a formação dos trabalhadores.
As discussões foram baseadas na experiência do Programa Ação Integrada no Mato Grosso, onde desde 2009 vem sendo aperfeiçoadas as abordagens e estratégias para a reinserção dos resgatados. Porém, de acordo com a diretora-presidente do INAI, Patrícia Costa, não existe uma regra para o bom funcionamento das práticas, as ações devem ser desenvolvidas de acordo com a realidade local. Enquanto em alguns casos a formação profissional é ação mais adequada, em algumas comunidades a melhor opção pode ser desenvolver ações ligadas ao uso da terra.
“As ações que acontecem em diferentes territórios brasileiros e buscam promover a inclusão socioeconômica desses resgatados chamam-se ‘Ação Integrada’ porque para promover essas ações de inclusão são estabelecidas parcerias para que melhor possam atender às necessidades desses trabalhadores”, destaca a diretora-presidente do INAI. A iniciativa de Ação Integrada é uma ação de prevenção que consiste em tentar quebrar o ciclo da escravidão e evitar a reincidência de um trabalhador resgatado em condições análogas à escravidão.
No Ceará, entre 2007 e 2017 foram resgatados 667 trabalhadores em condição de trabalho análogo ao trabalho escravo, de acordo com o estudo “Trabalho Escravo no Ceará no Século XXI”, desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT). Os resgatados, em sua maioria, eram homens (98,2%), com idade entre 30 e 49 anos, com níveis de escolaridade baixos.